Os estudantes da educação básica das escolas públicas brasileiras se engajam com as causas do meio ambiente. É o que indicam os projetos vencedores do Prêmio Liga STEAM 2023, uma das maiores iniciativas voltadas para a educação do Brasil, revelados em Belo Horizonte (MG), durante cerimônia de 35 anos da Fundação ArcelorMittal, idealizadora do Prêmio Liga STEAM, realizado em parceria com a Fundação Banco do Brasil.
O projeto “Nossa casa mais sustentável”, desenvolvido pelos alunos a Escola Estadual Idalina do Amaral Graça, do bairro Ipiranguinha, de Ubatuba, (SP), conquistou o primeiro lugar da categoria Ensino Médio do Prêmio Liga STEAM 2023, com um projeto de casas que utilizam recursos naturais da região, que reutilizam água e que preservam energia, entre outras características de sustentabilidade.
Na categoria Ensino Fundamental, os alunos do 7º ano da Escola Básica Municipal Ida Beatriz Brunato de Camargo, de São Francisco do Sul (SC), foi o vencedor com o projeto “Dengue: nem sempre o mosquito é o vilão”, sob coordenação da professora Viviane Souza da Silva, propõe o combate à dengue com engajamento das pessoas e produtos naturais
O projeto para o desassoreamento do rio Guaiamum, “S.O.S Guaiamum”, desenvolvido pelos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professora Ada Buselli Neme, de Piracicaba (SP), venceu na categoria Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Como prêmio, as escolas de ensino médio e fundamental receberão um laboratório de robótica que inclui um notebook, impressora multifuncional, impressora 3d, televisão, kits educacionais Lego, mobiliário e conexão wi-fi. A escola vencedora da categoria educação infantil receberá uma brinquedoteca. Cada conjunto de equipamentos é avaliado em R$ 350 mil reais.
O Prêmio Liga STEAM
O Prêmio Liga STEAM existe desde 2022. Este ano o prêmio, que tem consultoria técnica da Tríade Educacional e a gestão técnica da AVSI Brasil, teve como tema “8 bilhões de motivos para mudar o presente. Sua contribuição para o planeta começa em sua comunidade” e envolveu centenas de escolas públicas de todo o Brasil. Cerca de mil professores foram inscritos, o que resultou em 296 projetos desenvolvidos por milhares de alunos do Ensino Médio, Fundamental e da Educação Infantil.
“Por meio da Liga STEAM trabalhamos a capacitação dos professores que, dentro das salas de aula, desenvolvem junto aos alunos diversas competências por meio de projetos que hoje foram reconhecidos com esse prêmio”, explicou Tatiana Nolasco, presidente da Fundação ArcelorMittal, entidade realizadora do Prêmio Liga STEAM, em parceria com a Fundação Banco do Brasil.
O Prêmio Liga STEAM visa disseminar a abordagem educacional STEAM no Brasil. Por meio dela, os alunos são estimulados a desenvolver projetos para resolver questões de seu dia a dia ou de sua comunidade, usando conhecimentos das áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. É uma abordagem comum em países como Estados Unidos, China, Austrália e Reino Unido.
Formação de professores
“A qualidade dos projetos melhorou muito, devido ao esforço na formação dos professores, que só este ano alcançou 3000 profissionais”, comemora Lilian Bacich, da Tríade Educacional, responsável pela consultoria técnica do projeto. Além disso, segundo ela, não foram apenas apresentadas ideias. “Os alunos se colocaram como protagonistas da solução dos problemas levantados”, diz Lilian. “Além de ampliar as capacidades e melhorar o aprendizado, a abordagem STEAM promove uma formação mais cidadã”, diz Jacopo Sabatiello, vice-presidente da AVSI Brasil. “Esse é o grande legado do projeto e da abordagem STEAM”, avalia ele.
Para 2024, o Liga STEAM ampliará a formação de educadores na abordagem STEAM, levando essa atividade de formação de educadores para três novas cidades, entre elas Sabará e Itatiaiuçu (MG) e Barra Mansa (RJ).
Elas substituem as cinco cidades em que essa formação foi realizada em 2023, por meio de lives e encontros presenciais, alcançando mais de 1600 professores: Contagem, Itaúna e João Monlevade, em Minas; Resende, no Rio de Janeiro; e São Francisco do Sul, em Santa Catarina.